Cedo demais para dormir
Tarde demais para sonhar
Não há mais para onde ir
E nem um sorriso mostra um lugar
Onde se possa procurar por si mesmo
Posto que si mesmo já não é mais
foi embora daqui.
Algum lugar distante apresenta saídas
que são capazes de resolver o que queremos
que não são capazes de dizer nada
(As palavras rompem a manhã
que surge sem sol
num dia qualquer da semana
que não é DOMINGO
na verdade, já nem me importa mais o dia
nem o que me espera lá fora
a vida apenas segue, como um fluxo de intensidades
morro algumas vezes a cada instante
e a morte me ensina a vida cada vez melhor.)
Os raios de sol fazem ranger minha armadura
o que erigi para resistir aos perigos do mundo
aos perigos que surgem sem avisos e que
não tem rotas...
apenas deixo a linguagem me atrair
VA-GA-RO-SA-
MENTE!
até que eu enfim quede morto "malucobelezamente" com a cabeça no meio fio
depois que um ônibus desgovernado me atropelar.
Vinicius Falcão, 8 de janeiro de dois mil e dez.

