terça-feira, 12 de janeiro de 2010

apenas mais um poema sem título




Cedo demais para dormir
Tarde demais para sonhar
Não há mais para onde ir
E nem um sorriso mostra um lugar
Onde se possa procurar por si mesmo
Posto que si mesmo já não é mais
foi embora daqui.

Algum lugar distante apresenta saídas
que são capazes de resolver o que queremos
que não são capazes de dizer nada
(As palavras rompem a manhã
que surge sem sol
num dia qualquer da semana
que não é DOMINGO

na verdade, já nem me importa mais o dia
nem o que me espera lá fora
a vida apenas segue, como um fluxo de intensidades
morro algumas vezes a cada instante
e a morte me ensina a vida cada vez melhor.)

Os raios de sol fazem ranger minha armadura
o que erigi para resistir aos perigos do mundo
aos perigos que surgem sem avisos e que
não tem rotas...

apenas deixo a linguagem me atrair
VA-GA-RO-SA-
MENTE!
até que eu enfim quede morto "malucobelezamente" com a cabeça no meio fio
depois que um ônibus desgovernado me atropelar.

Vinicius Falcão, 8 de janeiro de dois mil e dez.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

DiFeRENçAS

(imagem: francis bacon)

Os caminhos então repartidos podem se encontrar em algum lugar, como palavras que lentamente se despedaçam antes mesmo que nosso pensamento as faça nascer. No final de tudo, o que conhecemos é um grandioso caos em meio a um pequeno pedaço de razão, de organização, tudo jogado num mundo louco. não pensamos somente, também sentimos! Seria bobo tentar estabelecer uma ponte ligando os dois lados, ou estabeler uma ordem de prioridade entre eles. Os dois estão completamente ligados, mesclados, misturados. se nasce uma razão dentro do caos há um motivo, algumas necessidade para isso; o caos, apesar de tudo, não é um mero fruto amorfo do acaso. estamos perdido, imersos num nebuloso mar de lama e caos, neste bloco desregrado ainda existe um pouco de razão e sabedoria, assim como existe muito de loucuras e delírios, devemos apenas seguir para onde nossa melhor bússola nos envia. Talvez sem prisões, sem grilhões, sem deixar que paixões e razões demasiadas sejam impecilho.


NÃO SOMOS UM IMPÉRIO DA RAZÃO!


SÓ NOS FORMAMOS QUANDO ESTAMOS IMERSOS EM DELÍRIOS ALHEIOS...


... QUANDO ROUBAMOS OS DELÍRIOS ALHEIOS E DESPERTAMOS OU NO DEIXAMOS EMBEVECER POR ESTA MISTURA MAIS DO QUE ETÍLICA E PSICODÉLICA DE INTENSIDADES INSANAS QUE SE CHAMA VIDA.


O mundo agora se abre para o que já não sabemos exatamente o que é, posto que as aberturas se dão quando nos propomos a criar, criar uma vida e não simplesmente nos deixar levar pelo que temos posto, pelo líquido sujo onde estamos imersos ... o caos da razão que o mundo nos joga. Sigo uma linha de vida refeita, ela só repete as ações de forma diferente, ela só encontra o que tem de intensidades boas para que eu possa encontrar alegrias em meu caminho. Pois os encontros são cmo a trilha sonora de um filme. Seguimos as linhas e estamos sempre abertos a encontros, nem sempre bons, mas inevitáveis.


É preciso encontrar um caminho somente seu e saber por onde podemos andar e pisar. Nunca somos...


(por causa dos encontros, da loucura, do caos e da forma própria expansiva de toda a vida)


... somente um, somos um coletivo de vozes.


É inútil procurar UM EU, da mesma forma que é inútil procurar a razão PURA. É inútil tentar nos representar, não tem como dizer o que queremos, vivemos ou sentimos exatamente, pois não somos somente um, somos apenas ecos dos coletivos que nos habitam.


Vinicius Falcão, cinco de dezembro de 2010...