Às vezes, logo quando as pessoas começam se descobrir, a aprender o que são os sentimentos, costumam querer conhecer o que chamam, entre os “populares”, de amor. E então eles conhecem o conceito fabricado e mais clichê desse sentimento – que pode ser sublime, sim, mas pode ser o mais fétido entre todos os sentimentos – o amor- comum.
O amor-comum é podre e cheia a fraqueza. Ele quer fazer do outro uma extensão de si mesmo, ele quer confundir seu “eu” e o “eu” do outro – que sequer existem concretamente, já que cada um de nós é vários “eus” – num só “eu”, num só ser. Ele quer fazer com que um seja propriedade do outro, ele quer fazer dos dois um só, um espelho, um mesmo coração, uma mesma alma, em dois corpos. Esquece, porém, que isso é mais do que utopia, é mentira, além de todas as impossibilidade objetivas, ainda tem uma impossibilidade subjetiva: nem um, nem o outro querem essa identidade, ao contrário, fingem querer.
Esse sentimento, regado a frases-clihês, a ciúmes, a neuroses, pirações, privações das mais variadas, regado ao mais fino e chantagista autoritarismo; esse sentimento que é, sobretudo, uma grande muleta para os dele dependentes, pode ser comparado ao pior dos tóxicos tipificados como proibidos como a cocaína e o crack: dá um prazer instantâneo nos primeiros momentos, a longo prazo, causa vício e prejudica à totalidade do indivíduo, porém há um agravante: isto é um sentimento, logo, é sentido por um outro, este vício, então, é o pior dos vícios, pois não está explícito e jogado para fora em forma de pó esbraquiçado e tipificado pela lei como proibido, pelo contrário, este sentimento é totalmente ligado à subjetividade do outro, é totalmente travestido de “bem” e de “dever de cuidado”, é totalmente desejado pelo “inconsciente coletivo”, aprovado por todas as leis e religiões. É, esse amor, sem dúvidas, a mais perigosa das drogas. É um sentimento enlatado e pré-fabricado, uma prisão que o sujeito se prende por adesão e ainda acha ótimo estar preso. O que é pior nessa prisão, com certeza, não é nem o fato de ser “policiado”, “vigiado” pelo outro e por “espiões” a seu serviço, com certeza o pior é você se sentir na obrigação de assim agir, essa é a pior parte e a pior prisão. “Quem ama cuida”, dizem os “amantes comuns”.
Eu, de outra forma, só posso acreditar num amor que seja livre e que me deixe ser livre. Só posso acreditar num amor criativo e tesudo, que me deixe viver em paz, que me satisfaça sem grilhões, sem fiscais, sem burocracias e sem neuroses. Num amor que seja infinito em apenas um instante e que transcenda e que seja anterior a qualquer criação anterior à minha. Eu invento o meu amor da forma que me convém e posso me livrar de “amores-indesejáveis” por “pessoas-inconvenientes”, eu posso me livrar dos tocos que a vida me apresenta e que irão me desviar do caminho que projetei para a minha existência.
Os melhores amores nascem sempre à distância, à distância crescem e se reproduzem, dão frutos, mas não morrem, permanecem sempre pulsantes e múltiplos, coexistindo e se amando dentro da consciência de quem os sente. Os melhores amores são sentimentos tão sublimes que não conseguem censurar, nem, ao menos, desejar o mal ao ser amado. Os melhores amores são feitos de improviso e nem a melhor cartilha do melhor pensador pode analisar a melhor forma de amar. A melhor forma de amar é definida por cada um, sem esquecer que o maior amor deve ser, sempre e cada vez mais, o amor por si mesmo.
O amor-comum é podre e cheia a fraqueza. Ele quer fazer do outro uma extensão de si mesmo, ele quer confundir seu “eu” e o “eu” do outro – que sequer existem concretamente, já que cada um de nós é vários “eus” – num só “eu”, num só ser. Ele quer fazer com que um seja propriedade do outro, ele quer fazer dos dois um só, um espelho, um mesmo coração, uma mesma alma, em dois corpos. Esquece, porém, que isso é mais do que utopia, é mentira, além de todas as impossibilidade objetivas, ainda tem uma impossibilidade subjetiva: nem um, nem o outro querem essa identidade, ao contrário, fingem querer.
Esse sentimento, regado a frases-clihês, a ciúmes, a neuroses, pirações, privações das mais variadas, regado ao mais fino e chantagista autoritarismo; esse sentimento que é, sobretudo, uma grande muleta para os dele dependentes, pode ser comparado ao pior dos tóxicos tipificados como proibidos como a cocaína e o crack: dá um prazer instantâneo nos primeiros momentos, a longo prazo, causa vício e prejudica à totalidade do indivíduo, porém há um agravante: isto é um sentimento, logo, é sentido por um outro, este vício, então, é o pior dos vícios, pois não está explícito e jogado para fora em forma de pó esbraquiçado e tipificado pela lei como proibido, pelo contrário, este sentimento é totalmente ligado à subjetividade do outro, é totalmente travestido de “bem” e de “dever de cuidado”, é totalmente desejado pelo “inconsciente coletivo”, aprovado por todas as leis e religiões. É, esse amor, sem dúvidas, a mais perigosa das drogas. É um sentimento enlatado e pré-fabricado, uma prisão que o sujeito se prende por adesão e ainda acha ótimo estar preso. O que é pior nessa prisão, com certeza, não é nem o fato de ser “policiado”, “vigiado” pelo outro e por “espiões” a seu serviço, com certeza o pior é você se sentir na obrigação de assim agir, essa é a pior parte e a pior prisão. “Quem ama cuida”, dizem os “amantes comuns”.
Eu, de outra forma, só posso acreditar num amor que seja livre e que me deixe ser livre. Só posso acreditar num amor criativo e tesudo, que me deixe viver em paz, que me satisfaça sem grilhões, sem fiscais, sem burocracias e sem neuroses. Num amor que seja infinito em apenas um instante e que transcenda e que seja anterior a qualquer criação anterior à minha. Eu invento o meu amor da forma que me convém e posso me livrar de “amores-indesejáveis” por “pessoas-inconvenientes”, eu posso me livrar dos tocos que a vida me apresenta e que irão me desviar do caminho que projetei para a minha existência.
Os melhores amores nascem sempre à distância, à distância crescem e se reproduzem, dão frutos, mas não morrem, permanecem sempre pulsantes e múltiplos, coexistindo e se amando dentro da consciência de quem os sente. Os melhores amores são sentimentos tão sublimes que não conseguem censurar, nem, ao menos, desejar o mal ao ser amado. Os melhores amores são feitos de improviso e nem a melhor cartilha do melhor pensador pode analisar a melhor forma de amar. A melhor forma de amar é definida por cada um, sem esquecer que o maior amor deve ser, sempre e cada vez mais, o amor por si mesmo.
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[a propósito disso, um dos melhores poemas que já li... do "velho safado" Charles Bukowski]
A Genialidade da Multidão
Há bastante deslealdade, ódio,
violência,
Absurdo no ser humano comum
Para suprir qualquer exército em qualquer
dia.
E O Melhor No Assassinato São
Aqueles Que Pregam Contra Ele.
E O Melhor No Ódio São Aqueles
Que Pregam AMOR
E O MELHOR NA GUERRA
--FINALMENTE--
SÃO AQUELES QUE PREGAM
PAZ
Aqueles Que Pregam DEUS
PRECISAM de Deus
Aqueles Que Pregam PAZ
Não têm paz.
AQUELES QUE PREGAM AMOR
NÃO TÊM AMOR
CUIDADO COM OS PREGADORES
Cuidados com os Sabedores.
Cuidado
Com Aqueles Que
Estão SEMPRE LENDO
LIVROS
Cuidado Com Aqueles Que Detestam Pobreza
Ou Que São Orgulhosos Dela
CUIDADO Com Aqueles Que Elogiam Fácil
Porque Eles Precisam De ELOGIOS De Volta
CUIDADO Com Aqueles Que Censuram Fácil:
Eles Têm Medo Daquilo Que
Não Conhecem
Cuidado Com Aqueles Que Procuram Constantes
Multidões; Eles Não São Nada
Sozinhos
Cuidado
Com O Homem Comum
Com A Mulher Comum
CUIDADO Com O Amor Deles
O Amor Deles É Comum, Procura
O Comum
Mas Há Genialidade Em Seu Ódio
Há Bastante Genialidade Em Seu
Ódio Para Matar Você, Para Matar
Qualquer Um.
Sem Esperar Solidão
Sem Entender Solidão
Eles Tentarão Destruir
Qualquer Coisa
Que Seja Diferente
Deles Mesmos
Incapazes
De Criar Arte
Eles Não Irão
Compreender Arte
Eles Vão Considerar Sua Falha
Como Criadores
Apenas Como Uma Falha
Do Mundo
Incapazes De Amar Completamente
Eles Vão ACREDITAR Que Seu Amor É
Imcompleto
E ELES VÃO ODIAR
VOCÊ
E Seu Ódio Será Perfeito
Como Um Diamante Brilhante
Como Uma Faca
Como Uma Montanha
COMO UM TIGRE
COMO Cicuta
Sua Mais Fina
ARTE
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